Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD)

A Dissecção Endoscópica da Submucosa representa a técnica mais avançada e sofisticada para remoção de lesões gastrointestinais, permitindo ressecção em bloco único de lesões extensas em esôfago, estômago, duodeno e intestino grosso.


O procedimento inicia com marcação cuidadosa das margens da lesão utilizando eletrocautério, seguida de injeção submucosa para elevar a lesão. Os materiais utilizados incluem facas endoscópicas especializadas (IT knife, Hook knife, Dual knife), agulhas de injeção, soluções viscoelásticas como ácido hialurônico, eletrocautério com controle preciso de corrente, graspers, hemoclips para hemostasia e sistemas de irrigação.


A técnica envolve incisão circunferencial da mucosa ao redor da lesão, seguida de dissecção meticulosa da camada submucosa utilizando instrumentos especializados. O procedimento pode durar várias

horas dependendo do tamanho e complexidade da lesão, requerendo sedação profunda e monitorização contínua.
A ESD permite remoção completa da lesão em uma única peça, preservando a arquitetura histológica e permitindo avaliação precisa das margens de ressecção e profundidade de invasão. Esta técnica oferece tratamento curativo para tumores precoces, evitando cirurgias radicais que resultariam em remoção de órgãos ou segmentos extensos.

Indicações para ESD


A ESD está indicada para lesões específicas que requerem ressecção em bloco único para adequada avaliação histopatológica e tratamento curativo em todo o trato gastrointestinal. No esôfago, carcinomas epidermoides superficiais, adenocarcinomas precoces no Barrett e lesões displásicas extensas são candidatos ideais.


No estômago, tumores precoces diferenciados menores que 20mm sem ulceração, adenomas maiores que 20mm, lesões subepiteliais pequenas e tumores com características endoscópicas específicas são indicações estabelecidas.
No duodeno, adenomas maiores que 10mm, especialmente periampulares, tumores carcinoides pequenos e lesões que requerem avaliação histológica completa podem ser tratados por ESD.


No intestino grosso (Cólons), lesões maiores que 20mm com características morfológicas complexas, tumores precoces limitados à submucosa, lesões com áreas deprimidas ou ulceradas e lesões residuais após mucosectomia são indicações principais.


A ESD também é indicada quando há necessidade de avaliação oncológica precisa para estadiamento adequado ou quando outras técnicas não permitem ressecção completa com margens adequadas. Lesões em localizações anatômicas desafiadoras onde o risco de ressecção incompleta por outras técnicas é elevado também são candidatas preferenciais.


Contraindicações para ESD


A ESD apresenta contraindicações específicas que devem ser rigorosamente avaliadas devido à complexidade e riscos do procedimento. Lesões com invasão profunda além da submucosa ou comprometimento da camada muscular própria não são adequadas para ESD, requerendo tratamento cirúrgico oncológico.


Tumores com evidência endoscópica ou radiológica de comprometimento linfonodal ou metastático devem ser encaminhados para cirurgia. Pacientes com distúrbios graves de coagulação, condições clínicas instáveis ou que não toleram sedação prolongada apresentam contraindicação.


No esôfago, lesões muito próximas aos esfíncteres ou com extensão circunferencial extensa podem ter risco aumentado. No estômago, tumores pouco diferenciados, com ulceração maior que 30mm ou em pacientes com gastrite atrófica severa podem não ser adequados. No duodeno, a proximidade com estruturas vitais como ducto biliar e veia porta aumenta significativamente os riscos de complicações graves. No intestino grosso, lesões muito próximas ao ânus, em pacientes com doença inflamatória intestinal ativa ou com fibrose extensa por tratamentos prévios apresentam maior risco.


A falta de experiência adequada do endoscopista em ESD representa contraindicação absoluta, uma vez que a curva de aprendizado é extensa e complicações potencialmente fatais podem ocorrer durante o período de treinamento.


Para avaliação de lesões gastrointestinais e discussão das opções de tratamento endoscópico: (82) 99977-0413

A escolha da técnica adequada depende das características específicas de cada lesão e sua localização. A avaliação especializada é fundamental para determinar a melhor abordagem terapêutica e garantir os melhores resultados com máxima segurança.